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Na América Latina, quase 50% dos bebês nascidos com o suporte da reprodução assistida foram concebidos por meio de técnica indicada em casos de baixa qualidade do sêmen.

Quase 50% dos bebês nascidos na América Latina com o suporte das técnicas de reprodução assistida entre os anos de 1990 e 2015  foram concebidos por meio da Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICSI). A técnica, indicada em casos de baixa qualidade do sêmen, é um dos maiores avanços nos tratamentos de infertilidade masculina.

Dados da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) refletem uma realidade ainda pouco conhecida da população em geral: 30% dos casais que não conseguem engravidar têm como causa exclusiva da infertilidade algum problema de saúde reprodutiva masculina.

Para Íris Cabral, embriologista credenciada pela Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), a ICSI é o maior avanço nos tratamentos de infertilidade masculina. “Esta técnica foi desenvolvida especialmente para casais cuja a dificuldade reprodutiva se deve à baixa quantidade ou qualidade insuficiente de espermatozoides”, explica.

Especialistas indicam que a rotina de investigação da infertilidade conjugal deve incluir obrigatoriamente a avaliação da fertilidade masculina por meio de um histórico do paciente e um espermograma que consiste na avaliação básica do sêmen.

“O homem também deve ter cuidados básicos para manter a saúde reprodutiva. É indicada uma dieta balanceada, exercícios físicos moderados e regulares, prevenção da obesidade, exclusão de hábitos não saudáveis como tabagismo, alcoolismo, uso de drogas de abuso e anabolizantes entre outros”, reforça Iris.

Indicações diversas

Com o uso da tecnologia ICSI, que consiste na introdução de um espermatozoide no óvulo durante um tratamento de Fertilização in Vitro (FIV), casais cujo homem possui alterações seminais graves encontram uma possibilidade real de constituírem uma família com seu próprio material genético.

“Antes da criação da ICSI, esses casais eram aconselhados a utilizar sêmen de doador pois os espermatozoides em pequeno número ou de baixa qualidade não conseguiriam penetrar no óvulo espontaneamente pela Fecundação in Vitro (FIV) clássica”, lembra a especialista.

A utilização da ICSI foi ampliada para outras indicações de infertilidade, pelo fato de ser uma técnica com bons resultados de fertilização dos óvulos na maioria dos casos. Atualmente podem ser beneficiados pacientes com falhas prévias de fecundação pela FIV clássica, pacientes vasectomizados ou que passaram por cirurgia de retirada de próstata e para casais que optam por utilizar sêmen congelado.

Por Júlia Carneiro
Conversa Coletivo de Comunicação Criativa
Créditos da imagem: http://mylittlesoldiers.net/index.php/2016/10/15/the-secret-world-of-male-infertility/

Fonte: SBRA

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