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Vários procedimentos como esse foram testados em outros países, mas nenhuma gestação havia chegado ao fim com sucesso.

Um caso inédito na medicina mundial: nasceu nesta sexta-feira (15), em São Paulo, o primeiro bebê gerado em um útero transplantado de uma doadora com morte cerebral. A cesariana aconteceu nesta tarde no Hospital das Clínicas.

Vários procedimentos como esse foram testados em outros países, mas nenhuma gestação havia chegado ao fim com sucesso.

O transplante de útero é uma cirurgia nova e ainda muito rara. A técnica começou a ser testada em humanos em 2012 e, dois anos depois, na Suécia, foi realizado o primeiro parto de uma criança gerada em útero transplantado.

Na maioria dos procedimentos realizados no mundo, a transferência foi feita de uma pessoa viva que resolveu doar o próprio útero para uma mulher que queria engravidar. Mesmo nestes casos, concluir a gestação era muito difícil, porque além da possibilidade de rejeição do órgão, na cirurgia o útero sofre alterações que podem comprometer seu funcionamento.

“Esse órgão requer mais cuidados tanto pela fragilidade vascular quanto anatômica. Embora seja uma cesariana com técnica tradicional, um procedimento assim, sem dúvida alguma, pede muita cautela”, explica Maurício Chehin, especialista em reprodução humana.

Pela primeira vez na História, porém, uma mulher que recebeu o útero de uma doadora com morte cerebral conseguiu avançar na gestação e dar à luz um bebê.

O transplante aconteceu no ano passado. Meses depois, foi feita a inseminação artificial. O feito é uma conquista da equipe de ginecologia do Hospital das Clínicas em colaboração com o grupo de transplante hepático da USP.

“O transplante uterino foi feito poucas vezes no mundo; isso mostra que o Brasil, em termos de medicina reprodutiva, está à frente ou andando junto com os melhores países [no assunto]”, completa Chehin.

Outros dois transplantes no mundo utilizaram o órgão de uma doadora com morte cerebral. Um em Cleveland, nos Estados Unidos – em que o útero foi rejeitado pelo organismo da paciente logo após a cirurgia, e outro na Turquia, mas a mulher sofreu um aborto espontâneo.

Sonho de ser mãe 

Como em qualquer outro transplante, o de útero requer o uso de medicamentos imunossupressores, para evitar a rejeição. Essas substâncias comprometem o sistema imunológico do paciente.

Por isso, os médicos alertam que tal procedimento deve ser feito apenas para uma ou duas gestações, quando então o órgão deve ser retirado definitivamente e a mulher pode viver sem o uso de medicamentos.

A técnica ainda é experimental, mas com o sucesso brasileiro, o útero pode se tornar mais um órgão a ser doado por pacientes com morte cerebral e aumenta a esperança para aquelas mulheres que sonham em engravidar.

Fonte: Band.com.br

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