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O mês de março é lembrado pelo Dia Internacional da Mulher e pela realização de ações de conscientização sobre uma doença que afeta milhões de mulheres no mundo inteiro: a endometriose. A campanha Março Amarelo visa levar informação e conscientização sobre esta que representa 1/3 das doenças ginecológicas a atingirem mulheres em idade fértil – ou seja, dos 15 aos 49 anos.

Segundo Hitomi Nakagawa, cerca de um terço das mulheres inférteis pode ter endometriose e, apesar de estar presente em torno de 10% das mulheres, mais de 30% das pacientes com esse diagnóstico enfrentam problemas de fertilidade. “Um dos grandes esforços que as sociedades médico-científicas têm feito é para que os diagnósticos sejam cada vez mais precoces, mesmo em adolescentes. Como a doença tende a evoluir a cada ciclo menstrual, uma das maneiras utilizadas para minimizar o processo é o bloqueio hormonal com suspensão dos picos hormonais e até da menstruação”, ressalta a presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA).

Não há como estabelecer precisamente as suas causas. Fatores hereditários, toxinas ambientais, sistema imunológico comprometido ou alterações relacionadas à diferenciação de tecidos de origem embrionária podem estar associados aos distúrbios que podem resultar na endometriose. Embora seja uma doença benigna, isto é, não cancerosa, ela pode causar perda precoce da função ovariana e desencadear outros sintomas como dor e infertilidade que devem ser valorizados, além de depressão, problemas de relacionamento afetivo e dificuldades de ordem sexual.

De acordo com a presidente da SBRA, caso o objetivo da paciente com endometriose seja engravidar, a reserva de óvulos e a ocorrência de outras causas que, por ventura, dificultem o casal ter filhos de maneira natural serão decisivas na orientação da abordagem. Para os casos em que o componente de dor seja muito expressivo, a opção cirúrgica deve também ser avaliada como primeira opção. A médica explica que técnicas de reprodução assistida (RA) aumentam as chances de realizar o sonho da maternidade porque proporcionam expressivos ganhos no que concerne à correção dos fatores que interferem com a fertilidade. Esse tipo de tratamento deve ser escolhido conforme a idade da paciente, o histórico familiar, o tempo de infertilidade, o grau da doença, as condições tubárias e dos espermatozoides.

“Devido a múltiplos mecanismos envolvidos na infertilidade associada à endometriose e nem sempre bem esclarecidos, a RA é a técnica que atualmente preserva melhor os órgãos e permite resultados cumulativos de gestação mais significativos. Na presença de dor ou outro processo que contraindique a solução, o tratamento cirúrgico seria outra opção”, reafirma Nakagawa.

TRATAMENTO QUANDO A INTENÇÃO NÃO É ENGRAVIDAR – A endometriose é uma condição crônica que regride progressivamente após a menopausa devido à queda na produção dos hormônios ovarianos. O tratamento visa reduzir a dor, a inflamação e os desconfortos. Ele consiste em técnicas e procedimentos que envolvem desde o bloqueio hormonal até mesmo a intervenção cirúrgica. Mulheres mais jovens podem utilizar o anticoncepcional hormonal ou medicamentos análogos do GnRH que suspendam a menstruação e a produção do estrogênio, induzindo uma menopausa medicamentosa.

É necessário que as mulheres façam consultas ginecológicas periodicamente. A suspeita clínica de endometriose se baseia na sintomatologia e exame físico. O exame de imagem pode ser solicitado e pode ajudar na decisão terapêutica. Mas, o padrão-ouro de diagnóstico é a laparoscopia com biópsia da lesão. Como a tendência atual é se evitar condutas invasivas e seus riscos, as diretrizes das sociedades científicas recomendam o tratamento clínico adiando, se possível, a cirurgia, já que ainda não há cura definitiva para todos os tipos, mas é possível combater os transtornos que a doença causa, possibilitar a gravidez e, em muitos casos, até mesmo anular os sintomas.

No início do mês de fevereiro, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou a criação do Dia Nacional da Luta contra a Endometriose, a ser comemorado no dia 13 de março, e a Semana Nacional de Educação Preventiva e de Enfrentamento à Endometriose. O texto, com o objetivo de incentivar ações de prevenção, educação e orientação de mulheres, agora será apreciado pelo Senado Federal. A expectativa dos parlamentares é de que, com o reconhecimento da doença, a partir da aprovação desse projeto de lei, surjam alternativas para a realização de um tratamento efetivo e de qualidade para as mulheres que precisam do Sistema Único de Saúde.

 

Fonte: SBRA

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