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Na avaliação da reserva ovariana, evidências sugerem que a dosagem do hormônio anti-Mülleriano (AMH) é o melhor método em termos de sensibilidade e especificidade em comparação a outros testes, tais como a dosagem de hormônio folículo-estimulante, inibina B e estradiol. O AMH é uma glicoproteína pertencente à família dos fatores de crescimento e diferenciação e é secretado pelos folículos pré-antrais e antrais do ovário.

Na prática clínica, a dosagem do AMH é considerada fácil de usar, visto que os níveis séricos desse hormônio apresentam pouca variabilidade durante o ciclo menstrual normal.1 Os níveis séricos do AMH são proporcionais ao número de folículos nos ovários e diminuem com o aumento da idade cronológica.1,2 Por outro lado, alguns estudos sugerem que fatores podem influenciar os níveis do AMH, entre eles o uso atual de contraceptivos hormonais, obesidade, etnia, status de vitamina D, tabagismo e variações genéticas, mas a relevância clínica desses achados ainda precisa ser confirmada.1

O estudo de Albu & Albu2 avaliou um total de 2.204 pacientes inférteis com a finalidade de avaliar a relação entre os níveis de AMH e o índice de massa corporal (IMC). As participantes apresentavam média etária de 34,58 anos, média de IMC de 22,35 kg/m² e média de AMH sérico de 2,44 ng/mL. Os resultados mostraram correlação positiva entre os níveis de AMH e o IMC, após o ajuste para a idade, principalmente em pacientes com idade ≤35 anos, de peso normal e com reserva ovariana normal.2

Outro achado do estudo foi que a presença de leve excesso de adiposidade (IMC ≥25 kg/m²), após ajuste para a idade, correlacionou-se de maneira positiva com maiores níveis de AMH em comparação aos pacientes que apresentavam peso normal. Os autores comentam que esses achados são discrepantes em comparação a outros trabalhos que mostraram impacto negativo da adiposidade sobre os níveis de AMH, observado especialmente em pacientes com obesidade grave (IMC >40 kg/m²). Destaca-se que a maioria das pacientes no estudo de Albu & Albu tinham peso normal e apenas 20% apresentavam sobrepeso ou obesidade, das quais somente duas tinham IMC superior a 40 kg/m², o que não permitiu análise adequada da relação entre IMC e AMH nesse subgrupo de pacientes com obesidade grave.2

Entre os pontos fortes, o estudo incluiu grande amostra de pacientes inférteis, as análises sanguíneas foram analisadas uniformemente no mesmo laboratório e com o mesmo ensaio de AMH. Como limitações, a amostra de pacientes com obesidade grave e idade acima de 45 anos foi pequena.2

O estudo conclui que em mulheres inférteis sem obesidade grave, há impacto positivo do aumento do IMC sobre os níveis séricos de AMH. Apesar de significantes, provavelmente esses dados não apresentam impacto em termos clínicos. Por outro lado, os achados sugerem que o baixo nível de AMH em paciente com excesso de peso moderado, ou seja, quando o IMC está elevado mas abaixo de 40 kg/m², não pode ser explicado pelo aumento da adiposidade. Assim, sugerem que essas pacientes devem iniciar o tratamento para a infertilidade assim que possível e não posterga-lo até que o peso corporal seja reduzido.2

Referências

Broer SL, Broekmans FJM, Laven JSE, Fauser BCJM. Anti-Müllerian hormone: ovarian reserve testing and its potential clinical implications. Hum Reprod Update. 2014;20(5):688-701.
Albu D, Albu A. The relationship between anti-Müllerian hormone serum level and body mass index in a large cohort of infertile patients. Endocrine. 2018 Sep 20.

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