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Um estudo feito na Coreia do Sul e nos Estados Unidos sugere que a dificuldade para engravidar pode estar relacionada à deficiência de uma proteína presente no útero.

Números divulgados pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) mostram que 50% dos casos de infertilidade feminina estão associados à endometriose. Mas ainda hoje os cientistas não sabem ao certo por que mulheres com a doença costumam ter mais dificuldade para engravidar. Ou, pelo menos, não sabiam. Um estudo recém-publicado no periódico Science Translational Medicine pode ajudar a trazer novas respostas para essa discussão.

A endometriose surge quando as células do endométrio, que deveriam se restringir à cavidade uterina, começam a aparecer em outras partes do corpo, como os ovários, as trompas e até mesmo o intestino. A questão é que, mesmo fora de seu “lugar correto”, elas continuam descamando e se desprendendo ao fim do ciclo menstrual. Como resultado, ficam acumuladas na pelve, causando um processo inflamatório. Além de fortes cólicas e dor no fundo da vagina, um dos principais sintomas da doença é, justamente, a infertilidade.

Depois de analisar 21 mulheres inférteis e diagnosticadas com endometriose, os pesquisadores dos EUA e da Coréia do Sul, responsáveis pelo estudo, perceberam que todas apresentavam baixos níveis da molécula HDAC3 no útero. Na sequência, os cientistas induziram propositalmente a doença em camundongos e babuínos e tiveram resultados bastante parecidos: os animais também apresentaram o mesmo tipo de deficiência.

Ainda que não esteja claro o que está por trás da queda da HDAC3, a pesquisa levanta novas possibilidades de tratamentos de infertilidade em mulheres com a doença. Isso porque tal molécula é responsável pelo controle de algumas proteínas que ajudam na preparação do útero para a gravidez.

Segundo a ginecologista Rosa Maria Neme, autora do livro Endometriose: Tudo O Que Você Precisa Saber Sobre Essa Doença Misteriosa (Oficina de Conteúdo, 144 páginas, R$ 59,90), os benefícios seriam principalmente para pessoas com casos leves da doença. “Acreditamos que os quadros mais avançados tenham relação com a alteração da anatomia dos órgãos pélvicos. No entanto, o grande mistério está relacionado aos quadros mais leves. Talvez este estudo não consiga explicar isoladamente todos os casos de infertilidade ligada à endometriose, mas, sem dúvida, é bastante importante, pois o tratamento específico, modulando tais proteínas, poderia resolver principalmente estes casos de endometriose leve e infertilidade”, explica.

*Com edição de Thiago Tanji

Fonte: Galileu

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