A idade é um fator preponderante para a fertilidade, especialmente a feminina. Estimativas apontam que o pico da fertilidade da mulher acontece por volta dos 25 anos e que, a partir dos 35, a quantidade de óvulos presentes no ovário tende a diminuir de maneira mais acelerada. Por isso, é fundamental que as mulheres conheçam seu potencial reprodutivo por meio de exames preventivos capazes de detectar a reserva ovariana.
“Os testes de reserva ovariana são recomendados para estimar a resposta ovariana ao estimulo hormonal da indução da ovulação. Os resultados são fatores que auxiliam na condução dos procedimentos assistidos” explica o médico creditado pela SBRA, Marcelo Gondim. Na entrevista abaixo, o ele explica quais são os exames que a mulher deve realizar para se ter uma a ideia do tempo de vida útil dos óvulos e a maneira mais assertiva para um planejamento de gravidez.
1 – Como detectar o envelhecimento do ovário?
Marcelo Gondim – Existem vários exames que podem estimar a reserva ovariana, dentre eles podemos citar o FSH, o AMH, a CFA.
O AMH é um dos exames mais recentes por ser mais preciso e fiel aos valores obtidos. Entretanto, o AMH tem um custo elevado e os valores de referência podem variar entre os “kits” disponíveis para a realização do mesmo, podendo levar a interpretações erradas. Isso porque os laboratórios de análises clínicas utilizam aparelhos diferentes, fazendo com que tenhamos valores de referências distintos.
A CFA é um exame barato e simples de fazer. É uma contagem dos pequenos folículos na periferia do ovário, por meio do ultrassom no início do ciclo menstrual. É um exame importante que interfere na escolha da dose de medicamento e no prognóstico da resposta nos ciclos de fertilização in vitro.
O FSH é um exame que vem perdendo um pouco a sua importância porque pode variar dentro do ciclo menstrual. Seu resultado pode ser influenciado por algumas substâncias como os hormônios, por exemplo.
2 – Qual a importância desses hormônios na infertilidade?
Marcelo Gondim – Esses hormônios nos ajudam a ter um prognóstico e a programar qual o melhor tratamento.
3 – O que os resultados indicam?
Marcelo Gondim – CFA acima de 9 e um AMH alto indicam uma boa reserva ovariana. Um CFA e AMH baixo estão associados a um prognóstico ruim. Devemos lembrar ainda que a idade feminina é um dos principais fatores que indicam uma boa reserva.
4 – Caso não seja uma quantidade ideal, como proceder?
Marcelo Gondim – Caso tenhamos exames alterados, orientamos um tratamento terapêutico ao casal. Entre os tratamentos de reprodução assistida mais indicados e bem sucedidos está a Fertilização In Vitro porque aumenta a chance de hiperestimulação ovariana e de uma quantidade maior de óvulos a serem utilizados.
Por Deborah de Salles
Conversa Coletivo de Comunicação Criativa
Fonte: SBRA